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Conteúdos de Administração e assuntos atuais.

18 de fevereiro de 2013

Os dez maiores erros das empresas em sustentabilidade



 
- Os dez maiores erros das empresas em sustentabilidade -

 

Consultorias analisaram 350 empresas e constataram as principais falhas das iniciativas verdes.

"As empresas devem incorporar a sustentabilidade nas práticas, processos, produtos e serviços".

Ser sustentável é um atributo que valoriza a imagem de uma empresa. Mas não basta ser sustentável. “Uma empresa só tem valor se é percebida pelo público que precisa impactar”, é o que afirmam os especialistas em estratégia corporativa.

Segundo especialistas, com a intenção de realizar ações sustentáveis nas empresas, têm-se cometido diversos erros, que podem prejudicar seriamente a imagem dessas empresas, ou melhor, a sua reputação. “Não importa a imagem e sim a reputação. E reputação é a capacidade de manter sempre a confiança do cliente. É uma conta corrente diária e não uma fotografia como antigamente”, se pensava.

Além de trazer benefícios para a sociedade, as ações sustentáveis são um diferencial competitivo essencial para as companhias. Mas muitas têm cometidos erros em suas estratégias, que podem colocam em xeque qualquer iniciativa verde.



 - Os 10 principais erros corporativos em sustentabilidade -

 1) Não inseri-la no Core Business
A sustentabilidade deve estar incorporada nas práticas, processos, produtos e serviços centrais da empresa. Não apenas como investimento colateral e derivado.


2) Ausência de realismo
As causas devem estar alinhadas às dimensões, perspectivas e demanda do mercado.

 3) Inconsistência e priorização
É preciso pensar no futuro e não ser imediatista.



4) Viés unidimensional
Escolher ações sustentáveis que pouco têm a ver com a empresa. Isso não agrega valor. Uma empresa de TI, por exemplo, tem que pensar mais em iniciativas relacionadas à sua área, como reciclagem de eletrônicos ou redução de consumo de energia, e menos em plantar árvores.

 5) Baixa percepção de impacto sistêmico no entorno
Não compreender o impacto bilateral das iniciativas de sustentabilidade, ou seja, o que ela vai gerar para a sociedade.


6) Inconsistência de governança
Sustentabilidade não pode ser prática “solta” na empresa. As responsabilidades das ações precisam estar claras e o conhecimento não pode estar disperso. A sustentabilidade deve ser tratada como ativo de valor e não como uma paixão de um diretor ou presidente.



7) Mensuração inexistente
Não ter métricas de avaliação para entender qual valor que as ações geram para a empresa.

 8) Comunicação oportunista e inexistente
Saber comunicar é essencial. Há empresas que têm como pilar a sustentabilidade e ninguém sabe disso.

 9) Visão e valores dispersos e desalinhados
Saber comunicar é essencial. Há empresas que têm como pilar a sustentabilidade e ninguém sabe disso.


10) Miopia de inserção nos negócios
Alinhamento deve vir do alto escalão. Deve ser uma prioridade. E vale lembrar: não se deve fazer só porque todos estão fazendo.



        



Fonte e Sítios Consultados


 

Marketing de Guerrilha


                
          

- O que é Marketing de Guerrilha?


Sabendo que o Marketing é cada contato, por menor que possa ser que a empresa tem com qualquer pessoa no mundo exterior. Cada tipo de contato, por menor que seja isso representa um grande número de oportunidades de marketing. Afinal o significado é bem claro: o marketing envolve antes de tudo, a marca, o nome da sua empresa. E isso representa uma decisão de como se pretende vender um produto ou serviço, o modo de fabricação sustentável ou não, tamanhos, formatos, embalagem, etc. O marketing envolve a ideia que você tem da sua marca, de seu serviço, da sua atitude e da paixão que você tem pelo seu negócio.


O Marketing é a arte de fazer com que as pessoas mudem de ideia – ou fazer com que essas pessoas mantenham a mesma mentalidade com uma influencia mais direcionada a fazer negócio com você. Afinal, as pessoas ou precisam trocar de marca ou comprar um novo tipo de produto ou serviço que não existia. E convenhamos isso é pedir muito destas pessoas. Por outro lado, tudo o que é dito ou executado pela sua empresa, por menor que seja (não só através de publicidade ou site), vai influenciar a percepção que as pessoas têm do seu produto.


E isso pode acontecer em um mês, talvez em um ano. Por este motivo é bom que você entenda que o Marketing não é um processo, nem um evento. O marketing deve ser entendido como uma série de eventos, porém, se for Marketing de Guerrilha, ele tem começo e meio, mas não pode ter fim. Isso porque o Marketing, se você fizer tudo direito, também deve ser visto como um círculo. Afinal o marketing passa a ser um círculo quando você conta com uma clientela de fregueses que sempre voltam a fazer negócio com você ou o recomendam para outras pessoas e empresas.




Quanto mais enxergar-se o marketing como um ciclo, mais você se concentrará nos clientes que voltam e o recomendam aos outros. Um ótimo efeito dessa perspectiva será a diminuição de investimentos em marketing e os seus lucros estarão aumento com consistência.


Para muitos o marketing é uma ciência ou uma arte. Sabe-se que o marketing é um negócio, e assim como todo negócio o seu objetivo é dar lucro. Também é verdade que se a ciência e a arte influenciam na obtenção de lucro, muito provavelmente foram arquitetadas por um marqueteiro de guerrilha – e este guerrilheiro pode ser o dono de um negócio que sai em busca de objetivos convencionais, como lucros e diversão, mas os consegue utilizando métodos não convencionais de marketing.


- Casos de Marketing de Guerrilha


Um dono de uma livraria sem muita sorte viu abrir duas enormes livrarias próximas a sua, para ser mais exato, uma de cada lado da sua. Um dia chegando cedo para abrir a sua livraria, viu que o concorrente da direita esticou uma imensa faixa: “Liquidação de 50% do nosso aniversário”, e está faixa era maior do que toda a frente da sua loja. O pior estaria por vir: o outro concorrente, o do lado esquerdo, abriu uma faixa gigante, dizendo: “Queima total dos estoques, até 60%”. E mais uma vez, a loja central desapareceu entre as gigantes. Foi aí que o dono da pequena e ‘engolida’ livraria do meio pendurou uma faixa com os dizeres: “Entrada Principal”.




O Marketing de Guerrilha devido a sua fórmula que inclui resultados reais a baixíssimo custo tem atraído diversas empresas ao longo do tempo. Chegado ao Brasil na década de 90, ele é usado em capitais do Brasil onde existem diversas agências especializadas nessa alternativa de marketing.


Mas, o que é MARKETING DE GUERRILHA? Este termo foi criado pelo publicitário americano Jay Conrad Levinson, criador da célebre campanha Homem Marlboro, uma das campanhas publicitárias mais conhecidas e bem sucedidas da história. O termo Marketing de Guerrilha e seu modo tático se inspiram na modalidade de guerra de guerrilha, um tipo de conflito que se caracteriza pela desproporcionalidade das partes envolvidas, mais especificamente pelas táticas de combate usadas por uma parte mais fraca contra uma mais forte. As guerrilhas se caracterizam por resistir a exércitos mais fortes usando como principal artifício a criatividade, a surpresa, independência, ocultação e o uso de armas improvisadas ou uso alternativo de armas convencionais. Isso trazido para o universo do Marketing nos permite “combater” as grandes marcas e penetrar no ceticismo vigente em relação à propaganda e/ou superar o ruído de informações em que vivemos, com ações não convencionais e usando mídias alternativas. O ponto central da Guerrilha e do Marketing de Guerrilha, resultados a baixíssimo custo. Isso é possível através do planejamento, inovação e uso racional, porém agressivo, da verba de comunicação do cliente.

Características do:
MARKETING DE GUERRILHA 


Como já foi dito, o Marketing de Guerrilha não tem ainda alcançada toda sua potencialidade. Porém, algumas das características, observadas a partir da prática, já podem ser descritas e explicadas de forma teórica.


Afinal, os marqueteiros de guerrilha não acreditam na força bruta de um orçamento de marketing gigantesco, eles confiam na força bruta de uma imaginação borbulhante e fértil. Vamos ver algumas diferenças do velho marketing para o marketing de guerrilha.


ü  Os marqueteiros tradicionais contam dinheiro. Os guerrilheiros contam novos relacionamentos.


ü  O marqueteiro tradicional quase nunca coloca em primeiro lugar a tecnologia. O marketing de guerrilha requer que você aprecie a tecnologia.


 ü  O marketing tradicional em sua grande parte não é intencional, embora ele utilize os canhões de marketing – rádio, TV, jornais, revistas e Internet. O marketing de guerrilha sempre é intencional, ele presta atenção aos detalhes do contato com o mundo exterior, desde como se atende um telefone, o retorno aos clientes no suporte, etc.


ü  O marketing tradicional é um monólogo. O marketing de guerrilha é um diálogo, existe a interatividade a todo o momento.



ü  O marketing tradicional identifica as grandes armas do marketing: rádio, TV, jornal, revista, mala direta e Internet. O marketing de guerrilha identifica duzentas armas de marketing, muitas delas gratuitas.



Os empreendedores precisam do marketing de guerrilha, isso porque a competição está cada vez mais inteligente, mais sofisticada e ainda mais agressiva do que ontem E isso não é um problema para os guerrilheiros. Esse modelo de marketing envolve o reconhecimento da ampla gama de oportunidades existentes no mundo e a exploração de cada uma delas. Quando de coloca qualquer tipo de produto no mercado, com certeza surgirão problemas. O ideal é resolver estes problemas e continuar procurando outros para resolver. Afinal, os negócios que resolvem os seus problemas têm muito mais chance de alcançar sucesso do que aqueles que não resolvem.




O importante é agarrar as oportunidades importantes, mas não pode perder de vista as oportunidades menores ou não prestar atenção aos pequenos problemas. Afinal, um dos fundamentos do marketing de guerrilha bem sucedido é ir com tudo, sabendo que só energia não é o suficiente. A energia tem que ser dirigida pela inteligência.

  




Fonte e Sítios Consultados

http://pt.scribd.com/doc/38918165/Marketing-de-Guerrilha-Melhor-definicao-e-exemplos

Marketing de Guerrilha, Jay Conrad Levinson, 2010, editora Best Seller Ltda. RJ

17 de fevereiro de 2013

A Rede do Controle Corporativo Global


A rede do poder corporativo mundial

 

(a rede do controle corporativo global)



 
 
 
 

Estamos acompanhando décadas a fio, as notícias sobre grandes empresas comprando-se umas às outras, formando grupos cada vez maiores, em princípio para se tornarem mais competitivas no ambiente cada vez mais agressivo do mercado. Mas o processo, naturalmente, tem limites. Em geral, nas principais cadeias produtivas, a corrida termina quando sobram poucas empresas, que em vez de guerrear, descobrem que é mais conveniente se articularem e trabalharem juntas, para o bem delas e dos seus acionistas. Não necessariamente, como é óbvio, para o bem da sociedade.

 

Controlar de forma organizada uma cadeia produtiva gera naturalmente um grande poder econômico, político e cultural. Econômico através do imenso fluxo de recursos – maior do que o PIB de numerosos países – político através da apropriação de grande parte dos aparelhos de Estado, e cultural pelo fato da mídia de massa mundial criar, através de pesadíssimas campanhas publicitárias, uma cultura de consumo e dinâmicas comportamentais que lhes interessa, gerando boa parte dos problemas globais que enfrentamos.

 

Uma característica básica do poder corporativo, é o quanto é pouco conhecido. As Nações Unidas tinham um departamento, UNCTC (United Nations Center for Transnational Corporations), que publicava nos anos 1990 um excelente relatório anual sobre as corporações transnacionais. Com a formação da Organização Mundial do Comércio, simplesmente fecharam o UNCTC e descontinuaram as publicações. Assim, o que é provavelmente o principal núcleo organizado de poder do planeta deixou simplesmente de ser estudado, a não ser por pesquisas pontuais dispersas pelas instituições acadêmicas, e fragmentadas por países ou setores.

 

O documento mais significativo que hoje temos sobre as corporações é o excelente documentário A Corporação (The Corporation), estudo científico de primeira linha, que em duas horas e doze capítulos mostra como funcionam, como se organizam, e que impactos geram. Outro documentário excelente, Trabalho Interno (Inside Job), que levou o Oscar de 2011, mostra como funciona o segmento financeiro do poder corporativo, mas limitado essencialmente a mostrar como se gerou a presente crise financeira. Temos também o clássico do setor, Quando as Corporações Regem o Mundo (When Corporations Rule the World) de David Korten. Trabalhos deste tipo nos permitem entender a lógica, geram a base do conhecimento disponível.

 

Mas nos faz imensa falta a pesquisa sistemática sobre como as corporações funcionam, como se tomam as decisões, quem as toma, com que legitimidade. O fato é que ignoramos quase tudo do principal vetor de poder mundial que são as corporações.

 

Seria natural e saudável que todos nós tivéssemos uma grande preocupação em não inventarmos conspirações diabólicas, maquinações maldosas. Mas ao vermos como nos principais setores as atividades se reduziram no topo a poucas empresas extremamente poderosas, começamos a entender que se trata sim de poder político. Agindo no espaço planetário, na ausência de governo mundial, e frente à fragilidade do sistema multilateral, manejam grande poder sem nenhum contrapeso significativo.

 

A pesquisa do ETH (Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica) vem pela primeira vez nesta escala iluminar a área com dados concretos. A metodologia é muito clara. Selecionaram 43 mil corporações no banco de dados Orbis 2007 de 30 milhões de empresas, e passaram a estudar como se relacionam: o peso econômico de cada entidade, a sua rede de conexões, os fluxos financeiros, e em que empresas têm participações que permitem controle indireto. Em termos estatísticos, resulta um sistema em forma de bow-tie ¸ou “gravata borboleta”, onde temos um grupo de corporações no “nó”, e ramificações para um lado que apontam para corporações que o “nó” controla, e ramificações para outro que apontam para as empresas que têm participações no “nó’.

 

A inovação, é que a pesquisa aqui apresentada realizou este trabalho para o conjunto das principais corporações do planeta, e expandiu a metodologia de forma a ir traçando o mapa de controles do conjunto, incluindo a escada de poder que às vezes corporações menores detêm, ao controlarem um pequeno grupo de empresas que por sua vez controla uma série de outras empresas e assim por diante. O que temos aqui é exatamente o que o título da pesquisa apresenta, “a rede do controle corporativo global”.

 

Em termos ideológicos, o estudo está acima de qualquer suspeita. Antes de tudo, é importante mencionar que o ETH de Zurich faz parte da nata da pesquisa tecnológica no planeta, em geral colocado em segundo lugar depois do MIT dos Estados Unidos. Os pesquisadores do ETH detêm 31 prêmios Nobel, a começar por Albert Einstein. A equipe que trabalhou no artigo entende tudo de mapeamento de redes e da arquitetura que resulta. Stefano Battiston, um dos autores, assina pesquisas com J. Stiglitz, ex-economista chefe do Banco Mundial. E em nenhum momento tiram conclusões políticas apressadas: limitam-se a expor de maneira muito sistemática o mapa do poder que resulta, e apontam as implicações. 

           

A pesquisa é de difícil leitura para não leigos, pela matemática envolvida. Pela importância que representa para a compreensão de como se organiza o poder corporativo do planeta, resolvemos expor da maneira mais clara possível os principais aportes, ao mesmo tempo em que disponibilizamos abaixo o link do artigo completo. As notas que seguem podem ser vistas como uma resenha expandida.  

 

O que resulta da pesquisa é claro: “A estrutura da rede de controle das corporações transnacionais impacta a competição de mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, apenas pequenas amostras nacionais foram estudadas e não havia metodologia apropriada para avaliar globalmente o controle. Apresentamos a primeira pesquisa da arquitetura da rede internacional de propriedade, junto com a computação do controle que possui cada ator global. Descobrimos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura em forma de gravata borboleta (bow-tie), e que uma grande parte do controle flui para um núcleo (core) pequeno e fortemente articulado de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como uma “super-entidade” (super-entity) o que levanta questões importantes tanto para pesquisadores como para os que traçam políticas.”

 
Para demonstrar como este travamento acontece, os autores analisam a estrutura mundial de controle corporativo. O controle é aqui definido como participação dos atores econômicos nas ações, correspondendo “às oportunidades de ver os seus interesses predominarem na estratégia de negócios da empresa”. Ao desenhar o conjunto da teia de participações, chega-se à noção de controle em rede. Esta noção define o montante total de valor econômico sobre a qual um agente tem influência.

 
O modelo analisa o rendimento operacional e o valor econômico das corporações, detalha as tomadas mútuas de participação em ações (mutual cross-shareholdings) identificando as unidades mais fortemente conectadas dentro da rede. “Este tipo de estruturas, até hoje observado apenas em pequenas amostras, tem explicações tais como estratégias de proteção contra tomadas de controle (anti-takeover strategies), redução de custos de transação, compartilhamento de riscos, aumento de confiança e de grupos de interesse. Qual que seja a sua origem, no entanto, fragiliza a competição de mercado... Como resultado, cerca de ¾ da propriedade das firmas no núcleo ficam nas mãos de firmas do próprio núcleo. Em outras palavras, trata-se de um grupo fortemente estruturado (tightly-nit) de corporações que cumulativamente detêm a maior parte das participações umas nas outras”.

 
Este mapeamento leva por sua vez à análise da concentração do controle. A primeira vista, sendo firmas abertas com ações no mercado, imagina-se um grau relativamente distribuído também do poder de controle. O estudo buscou “quão concentrado é este controle, e quem são os que detêm maior controle no topo”. Isto é uma inovação relativamente aos numerosos estudos anteriores que mediram a concentração de riqueza e de renda. Segundo os autores, não há estimativas quantitativas anteriores sobre o controle. O cálculo consistiu em identificar qual a fração de atores no topo que detém mais de 80% do controle de toda a rede. Os resultados são fortes: “Encontramos que apenas 737 dos principais atores (top-holders) acumulam 80% do controle sobre o valor de todas as empresas transnacionais (ETN)... Isto significa que o controle em rede (network control) é distribuído de maneira muito mais desigual do que a riqueza. Em particular, os atores no topo detêm um controle dez vezes maior do que o que poderia se esperar baseado na sua riqueza.”
 



Combinando o poder de controle dos atores no topo (top ranked actors) com as suas interconexões, “encontramos que, apesar de sua pequena dimensão, o núcleo detém coletivamente uma ampla fração do controle total da rede. No detalhe, quase 4/10 do controle sobre o valor econômico das ETNs do mundo, através de uma teia complicada de relações de propriedade, está nas mãos de um grupo de 147 ETNs do núcleo, que detém quase pleno controle sobre si mesmo. Os atores do topo dentro do núcleo podem assim ser considerados como uma “super-entidade” na rede global das corporações. Um fato adicional relevante neste ponto é que ¾ do núcleo são intermediários financeiros.”

 
Os números em si são muito impressionantes, e estão gerando impacto no mundo científico, e vão repercutir inevitavelmente no mundo político. Os dados não só confirmam como agravam as afirmações dos movimentos de protesto que se referem ao 1% que brinca com os recursos dos outros 99%. O New Scientist reproduz o comentário de um dos pesquisadores, Glattfelder, que resume a questão: “Com efeito, menos de 1% das empresas consegue controlar 40% de toda a rede”. E a maioria são instituições financeiras, entre as quais Barclays Bank, JPMorgan Chase&Co, Goldman Sachs e semelhantes.

 
Andy Haldane, diretor executivo de estabilidade financeira no Bank of England em Londres, comenta que o estudo do ETH “nos deu uma visão instigante do melhor dos mundos para as finanças...Uma análise como a da ‘rede que conduz o mundo’ é bem vinda porque representa um salto para frente. Um ingrediente chave para o sucesso em outras áreas tem sido uma linguagem comum e acesso compartilhado de dados. No presente momento, as finanças não dispõem de nenhum dos dois.” Haldane também comenta a enorme escala do problema: “O crescimento em certos mercados e instrumentos financeiros tem ultrapassado de longe a lei de Moore que previu que o poder dos computadores dobraria a cada 8 meses. O estoque de contratos financeiros emitidos (outstanding financial contracts) atinge agora cerca de 14 vezes o PIB anual global”.     

 
Algumas implicações são bastante evidentes. Assim, ainda que na avaliação de alguns analistas, citados pelo New Scientist, as empresas se comprem umas as outras por razões de negócios e não para dominar o mundo, não ver a conexão entre esta concentração de poder econômico e o poder político constitui evidente falta de realismo.  Quando numerosos países, a partir dos anos Reagan e Thatcher, reduziram os impostos sobre os ricos, lançando as bases do agravamento recente da desigualdade planetária, não há dúvidas quanto ao poder político por trás das iniciativas. A lei recentemente passada nos Estados Unidos que libera o financiamento de campanhas eleitorais por corporações tem implicações igualmente evidentes. O desmantelamento das leis que obrigavam as instituições financeiras a fornecer informações e que regulavam as suas atividades passa a ter origens claras.  

 
Outra conclusão importante refere-se à fragilidade sistêmica que geramos na economia mundial. Quando há milhões de empresas, há concorrência real, ninguém consegue “fazer” o mercado, ditar os preços, e muito menos ditar o uso dos recursos públicos. Esses desequilíbrios se ajustam com inúmeras alterações pontuais, assegurando uma certa resiliência sistêmica. Com a escalada atual do poder corporativo, as oscilações adquirem outra dimensão. Por exemplo, com os derivativos em crise, boa parte dos capitais especulativos se reorientou para commodities, levando a fortes aumentos de preços, frequentemente atribuídos de maneira simplista ao aumento da demanda da China por matérias primas. A volatilidade dos preços de petróleo, em particular, está diretamente conectada a estas estruturas de poder.

 
Os autores trazem também implicações para o controle dos trustes, já que estas políticas operam apenas no plano nacional: “Instituições antitruste ao redor do mundo acompanham de perto estruturas complexas de propriedade dentro das suas fronteiras nacionais. O fato de series de dados internacionais bem como métodos de estudo de redes amplas terem se tornado acessíveis apenas recentemente, pode explicar como esta descoberta não tenha sido notada durante tanto tempo”. Em termos claros, estas corporações atuam no mundo, enquanto as instâncias reguladoras estão fragmentadas em 194 países, sem contar a colaboração dos paraísos fiscais.

 
Outra implicação é a instabilidade financeira sistêmica gerada. Estamos acostumados a dizer que os grandes grupos financeiros são demasiado grandes para quebrar. Ao ver como estão interconectados, a imagem muda, é o sistema que é grande e poderoso demais para que não sejamos todos obrigados a manter os seus privilégios. “Trabalhos recentes têm mostrado que quando uma rede financeira é muito densamente conectada fica sujeita ao risco sistêmico. Com efeito, enquanto em bons tempos a rede parece robusta, em tempos ruins as empresas entram em desespero simultaneamente. Esta característica de ‘dois gumes’ foi constatada durante o recente caos financeiro”.

 
Ponto chave, os autores apontam para o efeito de poder do sistema financeiro sobre as outras áreas corporativas. “De acordo com alguns argumentos teóricos, em geral, as instituições financeiras não investem em participações acionárias para exercer controle. No entanto, há também evidência empírica do oposto. Os nossos resultados mostram que, globalmente, os atores do topo estão no mínimo em posição de exercer considerável controle, seja formalmente (por exemplo, votando em reuniões de acionistas ou de conselhos de administração) ou através de negociações informais”.
 

Finalmente, os autores abordam a questão óbvia do clube dos super-ricos: “Do ponto de vista empírico, uma estrutura em “gravata borboleta” com um núcleo muito pequeno e influente constitui uma nova observação no estudo de redes complexas. Supomos que possa estar presente em outros tipos de redes onde mecanismos de “ricos ficam mais ricos” (rich-get-richer) funcionam... O fato do núcleo estar tão densamente conectado poderia ser visto como uma generalização do fenômeno de clube dos ricos (rich-club phenomenon).”  A presença esmagadora dos grupos europeus e americanos neste universo sem dúvida também ajuda nas articulações e acentua os desequilíbrios.  

 
Conclusões gerais a se tirar? Não faltam na internet comentários de que o fato de serem poucos não significa grande coisa. Na minha análise, é óbvio que se trata sim de um clube de ricos, e de muito ricos, que se apropriam de recursos produzidos pela sociedade em proporções inteiramente desproporcionais relativamente ao que produzem. Trata-se também de pessoas que controlam a aplicação de gigantescos recursos, muito mais do que a sua capacidade de gestão e de aplicação racional. Um efeito mais amplo é a tendência de uma dominação geral dos sistemas especulativos sobre os sistemas produtivos. As empresas efetivamente produtoras de bens e serviços úteis à sociedade teriam todo interesse em contribuir para um sistema mais inteligente de alocação de recursos, pois são em boa parte vítimas indiretas do processo. Neste sentido, a pesquisa do ETH aponta para uma deformação estrutural do sistema, e que terá em algum momento de ser enfrentada.

 
E quanto ao que tanto preocupa as pessoas, a conspiração? A grande realidade que sobressai da pesquisa, é que nenhuma conspiração é necessária. Ao estarem articulados em rede, e com um número tão diminuto de pessoas no topo, não há nada que não se resolva no campo de golfe no fim de semana. Esta rede de contatos pessoais é de enorme relevância. Mas, sobretudo, sempre que os interesses convergem, não é necessária nenhuma conspiração para que os defendam solidariamente, como na batalha já mencionada para se reduzir os impostos que pagam os muito ricos, ou para se evitar taxação sobre transações financeiras, ou ainda para evitar o controle dos paraísos fiscais. O resultado é esta dupla dinâmica de intervenção organizada para a proteção dos interesses sistêmicos, resultando em corporativismo poderoso, e o caos competitivo que trava qualquer organização sistêmica racional.  gigantismo que abraça muito mais recursos do que a capacidade de gestão. Demasiado fechado e articulado para ser regulado por mecanismos de mercado, poderoso demais para ser regulado por governos eleitos, incapaz de administrar os gigantescos volumes de recursos que controla, o sistema financeiro mundial gira solto, jogando com valores que representam cerca de 14 vezes o PIB mundial.

 
O caos financeiro planetário, em última instância, tem uma origem bastante clara, de poucos atores. No pânico mundial gerado pela crise, debatem-se as políticas de austeridade, as dívidas públicas, a irresponsabilidade dos governos, deixando na sombra o ator principal, as instituições de intermediação financeira. No inicio do pânico da crise financeira, em 2008, a publicação do FMI Finance & Development estampou na capa em letras garrafais a pergunta “Who’s in charge?”, insinuando que ninguém está coordenando nada. Para o bem ou para o mal, a pergunta está respondida.

 
O estudo do ETH abriu uma janela importante para a abordagem científica do poder global das corporações, com implicações óbvias para as ciências econômicas, políticas, sociais, de relações internacionais e outras. A verdade é que temos ignorado o elefante que está no centro da sala.  

 

Fonte e Sítios Consultados  

http://www.outraspalavras.net/2011/11/23/a-rede-do-poder-corporativo-mundial/

16 de fevereiro de 2013

A Ética dá lucro?


A Ética dá lucro?


A Ética dá lucro?

Numa aula inaugural sobre Ética, com executivos de empresa, mal iniciava a exposição surge um questionamento radical: - “ ética dá lucro?, caso contrário, estaremos perdendo tempo falando sobre o tema em um MBA empresarial”!

Essa descrença sucedeu-se em intervenções análogas em várias ocasiões, sintetizando uma conclusão equívoca e distorcida do espírito corporativo, traduzindo espécie de vazio existencial, como se as organizações fossem um mero e cruel instrumento de fabricar dinheiro. A diretriz seria: fazer dinheiro, depois fazer mais dinheiro, muito dinheiro, pois com ele tudo se justifica.

Daí o paradoxo, que a prática demonstra ser de difícil compreensão face aos sucessivos fracassos: - a ganância matando a galinha dos ovos de ouro - a grande questão, pouco questionada, é a credibilidade. Você sente-se seguro em negociar com quem visa somente o ganho pessoal?

Quem foca o bem egoístico ignora a realidade que a empresa é mera abstração suicida sem o cliente. E que não há vida social sem um mínimo de consciência ética.
Ética Empresarial é razão de ser da Empresa

Ao dar inicio a um empreendimento, antes de pensar-se estritamente no negócio, pensa-se na oportunidade: - quem é o cliente e que produtos satisfazem suas necessidades. Sem pesquisar as potencialidades do empreendimento não se monta estratégias confiáveis de resultados - a consideração do negócio, sem a visão humanista da empresa, desqualifica-o e o torna aventura oportunista, em que ganhar o dinheiro fácil é a fantasia que antecipa o insucesso total, logo adiante.


A empresa é um variado conjunto de relações, todas envolvendo dinâmicas interpessoais: clientes, acionistas, empregados, parceiros, concorrentes, fornecedores, sociedade - onde pessoas interagem há limites a serem respeitados, sem os quais a relação é conflituosa e destrutiva. A “lei do cão” ou da “selva” significa construir sobre areias movediças, aproveitando a metáfora bíblica que recomenda que a casa seja construída sobre a rochaEsse chão sólido chama-se Ética da Vida.






Qual o Sentido Ético da Empresa?

Em primeiro lugar, a empresa tem uma missão definida - as responsabilidades empresariais decorrentes resumem-se em construir um empreendimento que importa na felicidade dos empreendedores, que só se consubstanciarão com a felicidade dos clientes, empregados e demais parceiros.

Só nessa dimensão de valor, a felicidade conquista a motivação maior do bem comum, que se traduz numa sociedade melhor, em que todos ganham. Isso não são quimeras, nem utopias. É o que deverá estar presente no espírito do empreendedor, independente dos ajustamentos necessários à realidade crua  - a missão da empresa é servir ao cliente e a sociedade, assegurando sua saudável continuidade, através de padrões de lucratividade sustentada.

Empresa e Lucro

Lucro é indicador de saúde empresarial.

Um empreendimento incompetente e não lucrativo não tem sustentabilidade e não realiza sua missão social. Tornam-se, inclusive, fator de injustiça social e de distorção ética, promovendo o desemprego, a competição desesperada e abusiva e as tramoias para subsistir a qualquer preço. É o que a realidade comprova, quando o empreendimento torna-se aventureiro.

O lucro é, todavia, meta do negócio, não objetivo de empresa, que é prestar o bom serviço ao cliente. Esse bom serviço implica a realização de negócios e plena satisfação do cliente que são remunerados através do lucro.
Ética do Lucro

Para a ética dar lucro é necessário observar a Ética do Lucro.


O lucro deve submeter-se ao teste das quatro destinações éticas, atendendo concreta e simultaneamente aos fatores: Empresa, Capital, Trabalho, Comunidade.


Empresano sentido de que uma parte do lucro deve estar destinada ao investimento na segurança e desenvolvimento empresarial; outra ao capital, remunerando aos investidores, que correm o risco dos negócios; outra ao trabalho, recompensando aqueles que efetivamente contribuem com seus esforços para que o lucro aconteça e, fechando o ciclo, a comunidade, correspondendo à responsabilidade social da empresa na melhoria das condições socioambientais. Não entendido dentro dessas quatro dimensões, o lucro tende a ser exploratório e antiético, pois não atende ao princípio do bem comum.

Sintetizando: - ninguém, em sã consciência, quer realizar negócios com pessoas e organizações não éticas. Hoje, cada vez mais, o cliente exige qualidade do produto e excelência nos serviços. É na confiança mútua que se constrói a relação duradoura. Nenhum empreendimento resiste à decepção continuada. O conceito público é que fortalece os negócios e abre as linhas de crédito ao futuro.


2ª ABORDAGEM

Em síntese, qual o entendimento sobre Ética Corporativa?

- Ética Corporativa é a maneira de ser empresa, não como um mero instrumento de negócios, mas a organização que, através de ações negociais, realiza o empreendimento reconhecido como socialmente justo e necessário. A corporação empresarial ética não é um mito, nem recurso publicitário, mas é o que a justifica e garante sua perenidade. Mesmo o mercado está a toda hora dizendo isso – quem não cuida concretamente de sua imagem institucional, vai desaparecer; é uma questão de tempo.


Como se realiza a Ética Corporativa?

- Tudo começa pela conscientização corporativa – é fundamental que haja o que denominamos de verdade comum, a compreensão coletiva dos valores e princípios que geram comprometimento com a missão empresarial. Esse é um trabalho permanente de educação corporativa. O instrumento básico é a constituição de um Comitê Estratégico – um espaço próprio ao exercício do pensamento estratégico, pois nas organizações a competição obsessiva inibe o pensar, condicionando à ações reativas – o agir/ pensar ao invés do pensar/ agir. Outro aspecto relevante são Programações Educacionais focadas na competência corporativa – denominamos assim o desenvolvimento sistemático do perfil profissional da empresa, as qualidades e qualificações que determinam um desempenho eficaz.

A corporação ética tem compromisso com a competência, pois a incompetência é a raiz de todos os males, aí incluindo até as boas intenções. A inteligência coletiva resulta de investimento contínuo em maximizar as competências do líder de líderes, com foco na liderança integrada – não basta ter bons líderes é essencial que eles estejam integrados por uma vontade comum, senão ocorre a maior imoralidade nas organizações: os feudos, com a fragmentação de poderes. Finalmente, uma corporação ética tem um planejamento corporativo estratégico integrado, realizado coletivamente. Não é um convencional planejamento estratégico, de índole operacional, mas um exercício global reflexivo, onde valores, análises críticas, objetivos e metas resultem do pensar coletivo. É no saber pensar estrategicamente em equipe que está à essência da competência e da corporação ética.




















Fonte e Sítios Consultados


Por Francisco Gomes de Matos - Autor do livro “Ética na Gestão Empresarial”, editora Saraiva, 2012, 2ª edição.



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